quinta-feira, 30 de junho de 2011

Debtocracy...

em 5 partes, esta é a primeira, é só seguir os links que vão surgindo no final de cada parte.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

De unir as pessoas...

(texto enviado há poucos dias para o "gupo da dívida", um grupo de discussão e acção sobre estas questões das dívidas...)

(uma reflexão apenas)

Caros todos, tão diversos (também eu) como diz a Raquel, tão de acordo (também eu) em relação ao programa mínimo do Paulo,

Há uma coisa que já tive oportunidade de dizer na Casa da Achada há uns meses atrás e que repito aqui: é importante, muito, que reflictamos (quem quiser pode tirar o cê), que saibamos analisar a situação social, económica e política que vivemos, que ajamos concertadamente e com os dedos nas feridas e tudo o mais. Mas... Um grande mas, que não pretende ser pessimista nem optimista, que não pretende desmotivar ninguém, pretende sim é motivar para algo que me parece pelo menos tão importante: cativar pessoas. Dir-me-ão que as pessoas se mobilizam assim e assado... Eu não sei se é uma coisa boa ter pessoas "mobilizadas" sem saberem muito bem em prol do quê.

No dia 1 de Junho o acampamento do Rossio foi substituído por uma cerimónia de abertura das festas desse mês em Lisboa. E eu, que por lá passei depois da hora do jantar, sem saber ao que ia, fui surpreendido pelo aparato. E reparei nas diferenças... Que houvesse mais dinheiro para aquilo não era de surpreender. Aliás, nada era de surpreender. Mas fez-me pensar bastante como é que de repente o Rossio estava com muito mais gente... Parecia que havia gente por todos os lados... Mas fez-me pensar ainda mais o facto de que essa gente parecia (e sublinho o "parecia", não me tomem por preconceituoso, tal como espero que não o sejam quando aparecer de smoking ou de cuecas velhas e gastas), pelo modo de agir, pelo modo de vestir, diferente da gente que lá estava antes.

Não fui ao "mega «pic-nic»" na Avenida da Liberdade neste fim-de-semana. Acredito que lá tenha estado muita gente. E se lá tivesse estado talvez fosse assolado pelos mesmos pensamentos.

O meu grande "mas" é que eu não consigo perceber como é que vamos alguma vez mudar alguma coisa na sociedade (porque pelos visto é isso que queremos, nem que seja apenas porque a nossa vida é directa e indirectamente afectada por tudo o que a rodeia), sendo poucos, e acima de tudo sendo diferentes, senão aos nossos olhos, talvez aos olhos de todos os outros.

O significado disto, a mensagem que quero passar, é que é necessário, para além de reflectir e agir e tudo o mais, que já referi lá em cima, e que, repito, considero muito importante, é necessário unir as pessoas. Unir nas coisas mais profundas, não apenas a colar cartazes. E unir pessoas que nos são próximas é fácil. O mais difícil é sempre unir as pessoas que são diferentes de nós. Isso é algo que se faz no dia-a-dia e que não necessita de cartazes ou manifestações. E mais acrescento: que já vi muitas acções mais radicais afastarem e desunirem pessoas e não me lembro de uma única pessoa que tenha sido cativada desse modo que não fosse já de si radical. E eu posso bem falar à vontade disto, porque eu próprio me considero radical, no sentido de que se devem analisar as raízes dos problemas e se devem expor essas raízes sem medos, com os dedos todos nas feridas todas.

Num texto redigido na Puerta del Sol em Madrid, datado de 2 de Junho e assinado simplesmente por "Pablo" podia-se ler: "...cualquiera reconoce que las grandes Marcas, el Estado, los Bancos, con los Medios a su servicio, están ahí para engañarnos, para mentirnos todo lo que pueden, y sin embargo, por otro lado, reconocemos también que mayoritariamente las personas tienen dirigidos sus destinos y sus trabajos y sus ilusiones en poder trabajar y tener éxito a ser posible en esas mismas Marcas, Medios, Banca, Estado, y en donde, por tanto, esperan colaborar en la función de engañar y mentir a la gente...".

Em geral é mesmo assim. Por isso mesmo o Belmiro é um semi-deus nesta nossa terra, tal como os outros que mais beneficiaram com este estado de coisas. Há que reconhecer, como o fazia o Pablo, que a maioria das pessoas venera os ricos e poderosos, aspira a ser como eles, está ávida, de facto, de continuar o trabalho dessas grandes instituições e, assim, consciente ou inconscientemente, de perpetuar o monstro. Isto tudo numa plácida ignorância misturada com doses crescentes de indiferença (que também é um sub-produto do estado das coisas).

Mas, já muitos o têm dito e eu também o posso dizer, não vale a pena tentar explicar através de maldade o que pode ser explicado por simples estupidez. E isto significa que se insistirmos numa guerra dos de baixo contra os de cima talvez estejamos, contra as nossas expectativas, a contribuir para a perpetuação dessa guerra. Porque, novamente, temos de reconhecer que a maioria das pessoas que estão em baixo anseia estar em cima!... e não simplesmente ao lado, como todos devíamos estar.

É preciso pensar, sentir, agir... mas também é preciso fazer com que as pessoas, tantas delas, compreendam como contribuem para a perpetuação destas coisas; é preciso cativar as pessoas. Porque a responsabilidade não é só de alguns, é de todos. E se quem tem mais poder (e não preciso de enumerar aqui quem tem mais poder) tem mais responsabilidade, também é verdade que a cada um de nós o que nos compete é, acima de tudo, agir no nosso mundo, junto daqueles com quem convivemos, sejam parecidos connosco, ou sejam muito diferentes. E quando são muito diferentes, o processo exige naturalmente mais dedicação e mais delicadeza.

Esta reflexão pode parecer a muitos sem grande sentido. Para mim, no entanto, acaba por ser fundamental (sim, além de radical livre (os piores!) sou também fundamentalista), porque não acredito em efeitos duradouros de revoluções circunstanciais. Se calhar por isso é que não estamos assim tão distantes do sistema feudal quanto isso!...

Abraços a todos!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Abuela Grillo...

Um história simples, feia e bonita, de coisas simples, feias e bonitas...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sheeple...