terça-feira, 23 de junho de 2009

Rabih Abou Khalil


Este fim-de-semana tive a oportunidade de assistir a uma actuação deste artista e dos artistas que o acompanham. A fusão mais surpreendente que já tive oportunidade de ouver. (Relembro que para mim a fusão não é um atributo positivo nem negativo - a música não é melhor só porque é misturada...) Ouçam vocês também e vejam o que sentem. Podem começar no myspace.

Quanto mais se sabe mais se gosta!


(Esta imagem e o pequeno excerto que lhe segue foram retiradas do blog "De Rerum Natura", um blog muito dinâmico maioritariamente dedicado a coisas de ciência e que eu aconselho vivamente (utilizem a subscrição de mensagens))

Juan Luís Arsuaga do texto com o mesmo título inserto no livrinho "El Naturalista en su Sillón" (Temas de Hoy, 2009) sobre a beleza do mundo natural:
"Acusam-nos a nós, cientistas, de sermos secos e insensíveis porque buscamos explicações para as maravilhas da Natureza, incluindo o homem, em vez de nos extasiarmos diante delas e respeitar os seus mistérios. Esquecem-se duas coisas. A primeira é que não deixamos de desfrutar as produções da mente humana, as quais, ainda que tenham uma base biológica, jamais deixarão de ser verdadeiras criações, impossíveis de ser reduzidas a números. E esquece-se também que a ignorância não torna o mundo mais belo, antes pelo contrário. Sucede o mesmo com a música, a literatura e arte em geral. Quanto melhor se conhece, mais se desfruta."

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Já o Richard Feynman dizia a mesma coisa... E sinceramente, isto das citações é apenas uma treta nossa e que resulta da nossa falta de conhecimento. Por que é que se cita? Por que é que se diz "esta ideia pertence a esta pessoa" em vez de dizer "esta pessoa pertence a esta ideia"? Porque certamente já muitas e muitas pessoas antes destas tiveram as mesmas ideias... nós é que não sabemos! Mas adiante, deixemos estes devaneios e voltemos às ideias.

Quanto melhor se conhece, mais se desfruta. Já está. Promulgue-se, publique-se, aplique-se.

E você: conhece o fluviário de Mora?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Não somos educados para a criatividade, mas para fora dela



Quem me enviou isto foi a Mariana Topa. O inglês, embora bom, é muito rápido, pelo que resolvi escrever aqui aquelas que penso serem as ideias fundamentais:
  • As crianças que começam a escola este ano só se reformam em 2065. Nós, nem com uma resma de especialistas conseguimos saber como será o mundo daqui a 5 anos, e supostamente estamos a educar essas crianças para prepará-las para esse futuro.
  • A criatividade é tão importante que deve ser tratada com o mesmo estatuto que a literacia.
  • As crianças arriscam, mesmo quando não sabem, porque não têm medo de errar.
  • Se não se está preparado para errar nunca se pode ser original.
  • Pela altura em que as crianças chegam à idade adulta já perderam a criatividade porque passaram a ter medo de errar.
  • Nas empresas e nos sistemas de educação nacionais os erros são o pior que pode acontecer a uma pessoa, pelo que acabamos por educar as crianças a perder essa criatividade.
  • Picasso disse que todas as crianças nascem artistas; o difícil é manterem-se artistas à medida que crescem.
  • Nós não somos educados para a criatividade, antes somos educados para fora dela.
  • Se fôssemos alienígenas e perguntássemos para que serve o sistema de ensino poderíamos dizer que serve para criar professores universitários.
  • Os nossos sistemas de educação nacionais surgiram para suprir as necessidades da industrialização. E isso implica duas coisas: as disciplinas mais úteis para o trabalho vêm em cima (e por isso as pessoas desistem de coisas de que gostam porque não 'dão' trabalho); a habilidade académica domina o conceito de inteligência, como resultado de um sistema construído à imagem dos sistemas universitários - todo o sistema de ensino é como se fosse uma grande prova de ingresso à universidade.
  • A inteligência é diversa, dinâmica e interactiva.
  • A única esperança para o futuro é adoptarmos um novo conceito de ecologia humana no qual reavaliamos e reconstituímos a concepção de riqueza das capacidades humanas.
  • Se todos os insectos desaparecessem da Terra, toda a vida na Terra acabaria em 50 anos. Se todos os seres humanos desaparecessem da Terra, todas as formas de vida floresceriam em 50 anos.
  • Nós temos de ter cuidado para usar a criatividade com sabedoria e evitar os piores cenários. A única maneira de o fazermos é vermos a riqueza que é a nossa capacidade criativa e vermos a esperança que são as nossas crianças. A nossa tarefa é a de educar todo o seu ser, de forma integral, para esse futuro. E nós podemos não ver esse futuro, mas elas verão. O nosso trabalho é ajudá-las a fazer algo com ele.
Para além da ideia da importância da criatividade, que me parece uma ideia sem assunto, uma vez que ninguém a discute, eu saliento aqui três ideias fundamentais que me parecem mais relevantes precisamente por serem menos consensuais: (1) que todos temos dentro a capacidade de sermos artistas, (2) que o medo é muito importante (pela negativa) nas nossas vidas, (3) que os nossos sistemas educativos têm por objectivo formar máquinas tão duras e frias quanto as outras máquinas, e que este modo operacional é apresentado às pessoas de tal modo que ninguém ousa pô-lo em causa ("não vás para arqueologia que acabas na caixa dum supermercado!").

Ukulele Orchestra of Great Britain

Fiquei a saber da existência deste grupo de cantores e tocadores de ukulele através do Vasco. "Ukulele" pelos vistos é um instrumento que deriva do cavaquinho português e que foi desenvolvido no Hawai nos finais do século XIX por imigrantes originários de Portugal (continental e Madeira). O grupo toca tudo e mais alguma coisa... vale a pena procurar no 'youtube'.

Quanto a esta música, é o tema principal da banda sonora do filme "o bom, o mau e o vilão", composto por Ennio Morricone em 1966.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Sobre o código do trabalho...

Um pouco de campanha do PCTP-MRPP. Não posso falar relativamente ao partido, que não conheço, mas a realidade é que quando ouço o Garcia Pereira a espingardar, tendo a concordar com ele, e tendo a reparar que não costuma encontrar respostas à altura...

Nestes vídeos que se seguem também não vão poder reparar em respostas à altura, porque a coisa foi meticulosamente tratada para que o Garcia brilhasse. De qualquer forma, concordo com o que é dito. E vocês?